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Crise e excesso de oferta deixam prédios comerciais vazios em SP e no Rio.

By Redação Godoi | 04/abr/2017 | 1438 Views | 0 Comentário

Alugam-se. Muitas salas. Andares inteiros. E até o prédio todo. A quantidade de espaços vazios em edifícios de escritórios aumentou e a taxa de vacância nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro atingiu patamar recorde, segundo os indicadores das principais consultorias e empresas de pesquisa imobiliária corporativa.

Em meio ao prolongamento da crise econômica e ao boom de novos empreendimentos, o percentual de imóveis comerciais não ocupados saltou de 3,56% em 2010 para 17,47% em 2016, segundo monitoramento da Buildings. No Rio, o índice passou em 7 anos de 2,03% para 18,8%.

Já nos espaços corporativos de alto padrão ou classe A, categoria que reúne os prédios com melhor infraestrutura e com lajes de até mais de 2 mil metros quadrados por andar, a taxa de vacância é ainda maior. De acordo com a Buildings, o índice fechou 2016 em 23,42% em SP e em 38,33% no Rio.

“Com crise ou sem crise, há excesso de oferta. Esse é o ponto”, resume o diretor da Buildings, Fernando Libardi. Ele explica que a quantidade de espaços vagos de alto padrão passa de 600 mil metros quadrados no Rio de Janeiro e de 860 mil metros quadrados em São Paulo. Em 2012, a vacância era de 280 mil m² em SP e de 52 mil m² no Rio.

O grande número de espaços vazios reflete o descompasso entre a aposta dos investidores e a evolução da atividade econômica do país. Muitos dos prédios ociosos começaram a ser erguidos no começo da década de 2010, quando a economia brasileira ia bem, havia uma demanda crescente novos escritórios, pouca oferta e preços de aluguel em alta. Como as construções costumam levar de 5 a 6 anos, muitos prédios erguidos em meio à euforia desenfreada do setor imobiliário acabaram ficando prontos em plena recessão.

Rio de Janeiro

No Rio, a estimativa dos analistas é de que a taxa de vacância possa aumentar em, pelo menos, 6% ao término do primeiro trimestre deste ano. O aumento será puxado pela devolução dos dois edifícios antes ocupados pela Petrobras, além da entrega do Passeio Corpore – centro empresarial que conta com três torres integradas e um mall – no Centro. Olhando de fora, o Passeio Corpore está totalmente desocupado. O edifício ainda passa por obras no térreo, embora a informação da Construtora Dominus indique 100% de finalização do projeto. O empreendimento foi vendido pelo Banco Opportunity à BR Properties em dezembro de 2016.

Devoluções de espaços

O professor da Poli/USP e especialista em mercado imobiliário João da Rocha Lima Junior, destaca que o número de devoluções também contribui para a vacância ser recorde. “A economia retraída provocou uma não demanda e o aumento dos espaços vazios por causa das movimentações das empresas, seja para reduzir espaço, seja para fazer migração”, afirma.

Com a crise, muitas empresas acabaram reduzindo o quadro de funcionários, fechando escritórios e até mesmo devolvendo andares ou prédios inteiros. A Petrobras, por exemplo, concluiu em fevereiro a devolução de 2 prédios inteiros no Centro do Rio de Janeiro – os edifícios Torre Almirante e Castelo – em meio à reestruturação e enxugamento impostos após a detonação da operação Lava Jato. “A força de trabalho foi transferida para prédios já em uso pela Petrobras e não houve locação de área nova”, explicou a estatal, em nota.

Segundo os dados da Buildings, o mercado total de imóveis comerciais registrou no ano passado, pela primeira vez desde 2010, absorção líquida (balanço entre espaços ocupados e devolvidos) negativa tanto no Rio (-29 mil m2) como em São Paulo (-84 mil m2). Ou seja, a área total devolvida superou a área contratada para ocupação.

Com a virada do mercado, as construtoras e incorporadoras colocaram o pé no freio e interromperam os lançamentos. Em 2016, o volume de área corporativa em construção somou cerca de 650 mil m² em São Paulo, caindo para cerca de metade da média dos anos anteriores.

Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/crise-e-excesso-de-oferta-deixam-predios-comerciais-vazios-em-sp-e-no-rio.ghtml

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Abraço a todos e até a próxima.

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