Direitos Imobiliários: Você sabe quanto está pagando em juros no financiamento?
Não se engane: de nada adiantam os “descontos imperdíveis”, as “ofertas tentadoras” e as “condições exclusivas” que as construtoras oferecem, se você não acompanhar atentamente a incidência dos juros no financiamento. Em outras palavras, todos os artifícios que as empresas usam para tentar conquistar novos clientes, podem transformar o seu sonho de comprar a casa própria em um verdadeiro pesadelo.
Mas o que isso significa na prática? Basicamente, que ao fechar negócio com uma instituição bancária, construtora ou incorporadora disposta a conceder crédito, muitos consumidores acabam ignorando os detalhes contratuais sobre valores, impostos e taxas. O resultado dessa negligência – somada à má fé de muitos empresários – são juros que:
- Ao invés diminuírem com o tempo, aumentam;
- Ao invés de seguir uma tabela fixa ou os preços de mercado, variam;
- Ao invés de colaborarem para a aquisição de um lar, obrigam muitas famílias a desistirem de imóveis na planta e adiarem essa realização.
Para não sofrer com os abusos das empresas e acabaram pagando muito mais caro do que deveria pelo seu novo apartamento, confira as dicas dos nossos especialistas em Direitos Imobiliários!
Como funciona um financiamento imobiliário?
Antes de falarmos especificamente sobre a cobrança de juros no financiamento, precisamos entender primeiro do que se trata essa prática, quais são suas etapas, regras, limites e o que diz a Legislação sobre esse assunto. Acompanhe:
1. O que é?
Chamamos de “crédito imobiliário” a linha de contribuição habitacional que algumas empresas oferecem para quem deseja comprar uma nova residência, mas carece dos recursos necessários para isso. Ou seja, se você está pensando em mudar de casa e não tem dinheiro suficiente para investir em outro imóvel, pode entrar em contato com bancos, órgãos governamentais ou até com a incorporadora responsável pelas obras, para solicitar o empréstimo da quantia faltante.
2. Como funciona?
Em linhas gerais, o “passo a passo” do financiamento imobiliário envolve: fazer uma simulação para estimar quanto será necessário pagar e quais são as melhores possibilidades no seu caso; entregar a documentação para o banco ou empresa – para que eles avaliem seu pedido e as condições de uso do imóvel desejado; assinar o contrato; pagar as parcelas mensais; gerenciar bem seu orçamento e, por fim, ficar de olho nas altas e baixas das taxas que influenciam a cobrança de juros.
Aplicação de juros no financiamento
É justamente nesse ponto que reside um grande problema: ao não compreender o que são e como se dão os juros no financiamento, muitos consumidores acabam perdendo o controle de suas dívidas e criando uma “bola de neve” que cresce mês após mês. Esse tipo de situação tem gerado cada vez mais distratos de imóveis, isto é, tem acarretado em tentativas desesperadas de evitar maiores prejuízos.
Com você não precisa ser assim! Entenda de uma vez como funcionam os juros no financiamento:
1) O consumidor precisa pagar mensalmente pelo empréstimo recebido. Porém, isso deve ser feito com os valores devidamente corrigidos pela valorização da nossa moeda (inflação). É a essas correções que damos o nome de “juros”.
2) A dívida final de um financiamento imobiliário costuma envolver o valor inicial das parcelas + os juros mensais (que variam a todo momento) + as garantias do devedor (alienação de bens como promessa de quitação) + muitos outros “pequenos” valores que, somados resultam em uma quantia muito maior do que aquela que o consumidor pretendia desembolsar originalmente.
3) Também influenciam essa conta a elevação e redução de algumas tarifas básicas do mercado. Esse é o caso da Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), por exemplo, que quando é elevada, obriga os bancos a reajustarem suas taxas e, consequentemente, aumentar os juros no financiamento.
4) Quem é o maior prejudicado nessa história toda? Você, consumidor! Independentemente dos sistemas de amortização – que na teoria deveriam garantir juros decrescentes com o passar do tempo – é muito mais provável que seu novo lar traga mais riscos do que benefícios. Em resumo, é uma transação que, economicamente, não vale a pena.
Distrato de Imóvel x Financiamento
Acontece que você não precisa passar o resto da sua vida lutando contra um saldo devedor que só cresce. Enquanto está adquirindo um imóvel na planta, o consumidor tem respaldo da Lei do Distrato para desistir da compra e solicitar a rescisão contratual em caso de inadimplência, isto é, quando não consegue arcar com as parcelas do financiamento.
Entende o que isso quer dizer? Você tem direitos nessa história e pode utilizar para, senão escapar do prejuízo, diminuí-lo consideravelmente! Isso porque, quando colocamos na ponta do lápis, podemos perceber que você perderá menos dinheiro pedindo o distrato do que pagando juros intermináveis.
Resumindo
Deixar o consumidor na ignorância quanto ao funcionamento dos juros no financiamento é apenas um dos diversos abusos que construtoras, incorporadoras, imobiliárias e instituições financeiras cometem contra seus clientes. Por que fazem isso? Para saírem em vantagem sobre famílias que, desde o início, desejam apenas obter ajuda para adquirir um novo lar.
Porém, como vimos acima, o desfecho não precisa ser assim! Existem muitos dispositivos jurídicos, fiscais e contábeis que garantem a proteção dos seus interesses e a redução de danos em negócios desfavoráveis para o consumidor. Solicitar o distrato é apenas uma das alternativas que você pode seguir. Quer conhecer outras? Fale com especialistas!
Se você ainda tiver alguma dúvida sobre este ou qualquer assunto relacionado aos seus direitos, fique à vontade para entrar em contato conosco! A Franco de Godoi está sempre disponível para te informar, orientar e ajudar a proteger os seus interesses.
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